Liberdade

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Voe, minha alma,
voe livre.
Pois já não tenho amarras.
Troquei-as por novas asas
quando o perdão me alcançou.

Voe, minha mente,
voe aberta.
Tirei o cabresto e o freio
religioso, estreito,
quando a Graça me bastou.

Falem livres, sejam livres.
Minha voz e minha pena,
minha mente e meu poema
Não parem na barreira
Não se contenham pela contenda
de quem nunca O encontrou.

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” – João 8:36

Vá com carinho no que vai dizer

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Um dia desses estava ouvindo a canção “As Palavras”, de Vanessa da Mata. Gosto da doçura da Vanessa cantando esta música. Gosto da importância que ela dá as palavras, estas amigas tão queridas.

Mas hoje eu queria que esta canção fosse ouvida como um apelo aos pregadores. Essa foi uma aplicação totalmente arbitrária que fiz quando eu a ouvi. Lembrei dos momentos em que estou em um púlpito, ministrando a Palavra de Deus e do cuidado que eu tenho que ter neste momento. Lembrei que pessoas tomam decisões tocadas por algo que ouviram no culto, decisões que afetam todas as esferas da sua vida. Quando lembrei, senti o peso da responsabilidade que é se colocar no papel de despenseiro do Senhor.

Sei que as vezes “as palavras saem quase sem querer”, mas isso não pode ser admitido por nós, pregadores. Não podemos sucumbir à linguagem descuidada, inconsequente, pois um devaneio nosso pode prejudicar alguém. E isso é um peso grande demais para ser levado levianamente.

“Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição”

A nossa função não é condenatória. A expressão “fulano prega o chicote” devia nos causar repulsa. Não é este o ministério da reconciliação. Não agrida as pessoas, ovelhas amadas do Senhor, sob o falso pretexto de santidade.  Não se esconda atrás do púlpito para dar recados.  Antes, leve-as ao entendimento que aos pés da Cruz existe graça suficiente para nos absolver da culpa do pecado e do poder do pecado nas nossas vidas.

Querido, as pessoas não precisam da nossa condenação, isto elas já tem. Suas consciências, famílias, sociedade, todos já as condenaram – e diga-se de passagem, normalmente com razão. De nós elas precisam conhecer a Graça de Cristo, que se fez maldito na Cruz para que fôssemos feitos família de Deus e amados do Pai. O castigo que nos traz a Paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras nós somos sarados.

“Faça luz onde há involução”

Estabeleça a Cultura do Reino. Mostre, pela Palavra, que existe um caminho mais excelente, o Amor. Pregue incessantemente que este padrão caído do mundo e da sociedade corrompida não é a única opção. Que o Reino de Deus nos é chegado, e gera uma insurreição silenciosa, em cada pessoa que é transformada pelo poder do Evangelho.  Que o Espírito Santo atua poderosamente, e onde havia o pecado,  a Graça foi (e é ) mais abundantemente derramada.

“Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração”

E isto, querido, passa pelas suas escolhas para o sermão. Ore e escolha os versos crendo que a PALAVRA DE DEUS é poderosa para transformar o ser humano, que não é a nossa habilidade, ou retórica, mas o Poder presente no ato da Criação – A PALAVRA DE DEUS – sendo ministrada através da Bíblia – A PALAVRA  DE DEUS-, e que devemos apenas expor aquilo que Deus mesmo diz  – A PALAVRA DE DEUS.  Somente ela pode reabilitar o nosso coração.

“As palavras fogem
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir
Adoecem, curam ou me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer”

Meu irmão, vá e faça a obra. Vá por Jerusalém, Samaria, até os confins da terra.  Mas vá com carinho no que vai dizer.

Na Paz.

Conceitos e palavras

Normalmente desconsideramos o valor dos conceitos claros e a utilização correta das palavras. Por causa disso, nossas palavras perdem o sentido original, e são modificadas e entendidas de modo bem diferente da sua aplicação e sentido original.

Qual o problema disto? Perdemos cada vez mais a capacidade de entender o outro e as coisas.

Servindo-me de um exemplo do Tio Almir, os elementos são tão próximos uns dos outros, que se não conseguirmos delimitá-los eles se confundirão. Enquanto teclo este post, percebo que meu notebook repousa sobre a mesa. Imagine a confusão que seria não perceber a fronteira entre ambos, sua finalidade, suas aplicações. A despeito de estarem absolutamente próximos, o conceito sobre ambos impede que eles se confundam.

Talvez a cerca de objetos concretos seja simples perceber seus limites. Mas, o exemplo acima serve apenas para ilustrar uma realidade abstrata e subjetiva, que tem por característica ser muito mais tênue e fugidia.

Philip Yancey, escritor cristão, capta perfeitamente esta necessidade sobre as palavras e conceitos, e tenta resgatar o sentido da palavra Graça em seu excelente livro “Maravilhosa Graça”.  O excesso de uso indevido tirou o poder e significado de várias palavras, e  Graça é a última palavra que consegue reter, mesmo quando mal aplicada, o cheiro do sentido original, e do anúncio alarmante e inesperado da Graça de Deus operando a salvação.

Pecado é outra palavra que perdeu seu sentido original. Virou  nome de novela, de sex shop, de uma infinidade de produtos. Ser moreno é ter a “cor do pecado”(hãn?), segundo uma expressão popular. Faz parte do nosso cancioneiro, figurando como algo ligado ao prazer e satisfação de desejos.  Por isso é tão difícil nós nos arrependermos, pois de que iríamos de nos arrepender?  De algo em si prazeroso?

A lista de palavras e conceitos errados é enorme. Desde quando louvor virou sinônimo de música? Quando foi que avivamento virou sinônimo de “meninice”? E quando “meninice” foi suprimido do vocabulário pentecostal?

Curiosamente, é em plena era da comunicação que a importância da palavra foi reduzida, talvez pela banalização da cultura, fruto de novos erros conceituais, na medida em que substituímos cultura por informação, e o  conhecimento por verbetes do Wikipédia.

Essa importância pode ser demonstrada em um pequeno trecho do “A menina que roubava livros”, de Markus Zusak:

“Era uma vez um homenzinho estranho, que decidiu três detalhes importantes sobre a sua vida:

  1. Ele repartiria o cabelo do lado contrário ao de todas as outras pessoas.
  2. Criaria para si mesmo um bigode pequeno e esquisito.
  3. Um dia, iria dominar o mundo 

O homenzinho perambulou por muito tempo, pensando, fazendo planos e procurando descobrir exatamente como tornaria o mundo seu. E então, um dia, saído do nada, ocorreu-lhe o plano perfeito. Ele viu uma mãe passeando com o filho.  A horas tantas, ela repreendeu o garotinho, até que ele acabou começando a chorar. Em poucos minutos, ela lhe falou muito baixinho, e depois disso ele se acalmou e até sorriu.

O homenzinho correu até a mulher e a abraçou. ‘Palavras!’ e sorriu. ‘O quê?’ Mas não houve resposta. Ele já se fora. 

Sim, o Führer decidiu que dominaria o mundo com palavras.”(…) 

Infelizmente, foi torcendo as palavras e bombardeando-as de modo incessante que o evangelho tem sido aviltado. E nos ecos da repetição incessante, seguindo a máxima de Goebbels*, impedindo que possamos enxergar os conceitos como ele verdadeiramente são.

Por conta disso, muitos acreditam na idiotizante e forjada “Lei da Semeadura”, com a reinventada tipologia bíblica, onde  agora semente não é mais tipo da Palavra de Deus, nem do Reino de Deus, e sim do dinheiro.

Queridos, só o que posso pedir é que vocês busquem o significado real das palavras. Entendam cada conceito, aquilo que realmente ela é e diz.  Cada palavra será uma descoberta de um mundo de significados, e em cada significado um mundo de ideias e possibilidades. E em meio a este novo universo descortinado pelas palavras, poderemos, com fé e amor, enxergar um pouquinho Dele, porque a lama dos conceitos errados saiu dos nossos olhos, e porque Ele quis se revelar pela Sua Palavra .

* Joseph Goebbles foi ministro de Comunicação de Hitler, responsável pelo intensidade da propaganda nazista. Atribui-se a ele a frase “uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade”.

 

10 Acusações contra a igreja Moderna – Paul Washer

Penso que esta é  uma das pregações  mais importantes que ouvi.  Temos que pensar no caminho que a igreja tem tomado, por amor a ela e a Cristo, lutar para que ela seja sempre linda, pura, santa e imaculada, glorificando a Deus.

Este post é só pra facilitar os irmãos a verem ela toda. Com um agradecimento especial aos irmãos do Voltemos ao Evangelho.

Soli Deo Gloria

Profetizas???

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Sei que tem gente que deve estar me achado muito chato, pois atualmente só escrevo críticas sobre bobagens heréticas e modismos espúrios que vemos nas igrejas. Peço um pouco de paciência, pois vou novamente abordar este tema. É que tenho passado muito tempo no arraial, e com o foco voltado para as coisas de Deus. Naturalmente, acabo vivenciando mais coisas neste âmbito.

A modinha gospel que me irritou mais recentemente é a seguinte (o exemplo, apesar de fictício, é absolutamente verdadeiro):

Durante a ministração da palavra, um pregador olha para a congregação e diz: “Coloque a mão sobre a cabeça do irmão ao seu lado e profetize esta benção para ele”.

Numa situação desta, eu não consigo colocar a minha mão na cabeça de ninguém. Mas não é por implicância minha. O problema é mais simples – eu não posso profetizar, uma vez que (pelo menos ainda) não sou profeta. Logo, tenho este dificuldade técnica, não posso profetizar por não ser profeta, da mesma forma que não realizo operações por não ser cirurgião.

Percebo que falta clareza conceitual sobre os termos que estão sendo livremente utilizados. E sinceramente, não sei de onde tiraram essa ideia de que todo crente é profeta. Pensando bem, sei sim.

Esse modismo herético foi importado dos EUA, de um senhor chamado Kenneth Hagin, maior difusor do que ficou conhecido como “Confissão Positiva”. Basicamente, trata-se de uma apropriação de elementos de PNL (Programação Neuro Linguística), psicologia, auto ajuda. É a base “teológica” da Teologia da Prosperidade. Entre os influenciados por esta doutrina estão Morris Cerullo, Valnice Milhomens, Renê Terra Nova e André Valadão.

As heresias mais difundidas, e que lamento ver entrando em igrejas sérias, são percebidas através de de expressões cada dia mais comuns, como “maldição hereditária”, “atos proféticos”, “eu decreto”, “unção do riso”, “unção do leão”, e por aí vai.

O que nos interessa abordar neste post é o que comumente ouvimos por palavra profética. Dentro do que exemplo acima, não é, não é mesmo, profecia de acordo com as Escrituras.

No máximo chegam a expressão de desejos humanos acerca de algo ou alguém. Neste caso, o ideal seria ORAR, INTERCEDER.

Mas veja bem, uma definição simples de profecia é falar em nome de Deus. Eu não me atrevo a dizer que é Deus que está falando uma coisa que, na verdade, quem está dizendo sou eu, com a expressão da minha vontade. Isto é a banalização herética de um dom de Deus.

Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. 2 Pedro 1:21

Nem todos somos ou seremos profetas.

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres?

Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?

Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente.” I Co 12. 28-31.

E, para quem acha mais fácil só seguir a modinha, #FicaDica :

Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá.” Dt. 18.20

A Troca

fariseus

Troca.
Claro e escuro em tempos opostos,
formas opostas.
Velha história do boi e mosquito:
opção errada ao engoli-lo.

Troca.
Trocam a Verdade
pois basta-lhes o engodo.
Pobre do urubu, agora cor de rosa.

Seguem as pílulas douradas.
Tolos, fúteis e inconsequentes devaneios.
A heresia acompanha até a adoração,
ao Umbigo Rei, Narciso mestre.

Caminho errado!
Largo demais, fácil demais.
Beco sem saída.
As vezes, só se avança recuando.

Precisamos, urgentemente, voltar para o Evangelho conforme as Escrituras. Esse arremedo farisaico, sem poder e verdade, ofende a Deus e macula a Sua Glória.

Convite à Doce Revolução

por Caio Fábio.

foto por Alcir Filho

Artigo 1 – Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois o Espírito da Vida em Cristo livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os sábados e domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.

Parágrafo do Momento:

Todas as flores serão de esperança, pois todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4 – Fica decretado que o homem não mais julgará o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar.

Parágrafo que nada pára:

O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade ao seu filhote para voar.

Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres, e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silêncio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez, e para todo aquele a quem encontre em seu caminhar.

Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.

Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.

Parágrafo único:

Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.

Parágrafo certo:

A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres; por isso, nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de “minha amiga” a sucuri dos igapós. Até a “comigo-ninguém-pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.

Parágrafo da vida:

Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gazofilácios se transformarão em baús de boas recordações, e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa que…”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.

Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo, e estabelecido que melhor que a insinceridade é o silêncio. Daqui para frente, nenhum homem dirá “O Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas, e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 – Amém!

Li este texto do Caio no blog: Desejando Deus. Tive que reproduzi-lo aqui, por causa sua da beleza e profundidade. A Deus toda a glória. E que o nosso amém continue a ecoar, e que o Senhor escreva estas verdades nas tábuas de carne do nosso coração.

Crenças

Já me perguntaram várias vezes no que creio. Sempre gaguejo na resposta, mas vamos lá:

Creio em Deus profundamente, através da sua revelação completa em Cristo Jesus. Quando olha para Cristo, vejo o Pai, que em seu infinito amor e misericórdia, derrama sua Graça em (até então) des-graçados e (sempre) pecadores, entre os quais me encontro.

Sei que sou amado do Senhor. Sei também o quanto sou indigno disso. Mas quando o Pai me olha Ele não vê a minha iniquidade, Ele vê a Cruz, eternamente coberta com o sangue do Cordeiro imolado antes da fundação do mundo, na qual a multidão dos meus pecados está cravada.

A meu ver, a teologia (que tanto amo) sempre terá mais perguntas que respostas finais. Os que se contentam com respostas decoradas discordarão de mim. Mas Deus sempre será maior que o nosso entendimento. Por isso, não opino sobre quem vai ou não ser salvo, sobre detalhes escatológicos, e sobre um monte de outras coisas. No fim, basta confiar Naquele que deu sua vida por nós, pecadores. Tendo Deus já provado assim o Seu amor, o que temeremos?

Creio na ação, atuação e poder do Santo Espírito. Mas tenho horror a modismos neopentecostais. Irrita-me ver a Glória de Deus transformada em aberrações como “Sapato de Fogo”, gritarias confusas e estridentes, misticismo supersticioso, “Unção do Riso”, tocar Shofar para pseudos atos proféticos. Lamento a falta de exposição clara e simples das Escrituras em pregações puramente emocionais e motivacionais. Lamento também a falta de senso crítico de quem “dá IBOPE” para este tipo de pregações e a falta de temor a Deus e conhecimento bíblico deste tipo de pregadores.

Creio nas Escrituras como revelação de Deus, mas a interpretação dela muitas vezes é questionável. A Bíblia sofre violência diária, pois mutilam e distorcem seu texto para apoiar aquilo que querem dizer. Trocaram, há muito tempo, a “exegese” pela “eixegese”. Devemos, pois, ler a Bíblia diretamente, sem intermediários. Depois, nos aprofundarmos em seu estudo, saindo da trincheira do saber pré-concebido. Uma vez um professor meu da faculdade de Teologia me disse que o “aluno de seminário já entra em sala achando que sabe tudo, o que dificulta o aprendizado”. Penso que ele está certo, mas acrescento que isso não está restrito a alunos de seminário teológico.

Creio no Amor, como valor imensurável e essência Daquele que É. O amor deveria permear nossa realidade cotidiana. Preciso amar para ver o outro, me identificar com suas dores, compartilhar as alegrias. Preciso amar para me importar de verdade com os que estão a minha volta, e romper a barreira do egoísmo nato. Creio que sem isso tudo o que fazemos para Deus é nada.

Para terminar (tem um monte de outras coisas que creio, mas este post este ficando muito grande), creio que este amor vem de Deus, está sobre toda a humanidade, tornando o ar respirável. E que basta crer para vivenciar o este fato.