Por onde anda a Poesia?

Sou um dos caras mais desatualizados da música gospel. Realmente, não curto muito as músicas que ouço nas rádios evangélicas.

Basicamente, tem três motivos:

1) Não concordo com a visão de Reino impregnada em várias delas. Nesse sentido, irmãos como o Pr. Ciro, que tem vários posts sobre esse assunto, e o Yago Martins, que fala com muita propriedade em um vídeo que vc pode ver na página “vídeos” deste blog (meio óbvio, né?). Sugiro inclusive que deem uma olhada também no Cante as Escrituras.

Quem sabe um dia resolvo me aprofundar no assunto e escrever sobre alguns desses “hinos”?

2) São muito repetitivos. Os caras conseguem fazer uma música com 7 minutos de duração e 3 frases! Haja paciência. Se eu gostasse de mantra eu era Hare Krisna, hindu, ou algo do gênero.

3) São feios mesmo. Pobres poeticamente, de harmonia, de melodia, de tudo. São ruins, então simplesmente não gosto.

Talvez você discorde de mim, e até fique com raiva. Não fique. É só a minha opinião, não quero que você se sinta constrangido(a) a concordar comigo.

Mas, na boa, quando ouço algumas músicas evangélicas mais antigas (e nem precisa ser tão antigas), e comparo com algumas de hoje, eu me pergunto: Por onde anda a poesia?

Palavras brincam conosco
Danças, folguedos e passeios
Troca de entendimento, o oposto
Do dito e desdito no solfejo.

Por onde anda a poesia?
Onde estará a sua trilha?
Nas canções ouvidas não a encontro.
Talvez apenas triste rima.

Queria louvá-lo eternamente.
Queria cânticos que subissem lentamente.
Sem a aridez jornalesca do muito dito,
Nem o mantra hipnótico repetido.

Por onde anda a poesia?
Onde estará a sua trilha?
Nas canções ouvidas não a encontro.
Talvez apenas triste rima.

Doce melodia que encanta,
Cantando minha alma se levanta.
Prazer brotado dos sentidos
Voltados para o Teu amor infindo.

Por onde anda a poesia?
Onde estará a sua trilha?
Nas canções ouvidas não a encontro.
Talvez apenas triste rima.

Trôpego poeta da escrita.
Pena de escritor com pouca tinta.
Não dos meu lábios surgiria
Os versos que minh’alma louvaria.

Por isso peço a ela
À só ela, amada poesia
Volte aos louvores ao Senhor
Sofro desde sua partida.


 

Bônus: Uma poesia de Sergio Lopes.  Ouça, vale o clic.

Série Inovações Inovadoras – Cavalo de Fogo

Continuando a minha modesta contribuição para o desenvolvimento ungido e retetético do retété, iniciada de modo brilhante com o lançamento da Unção do Buchim, está chegando ao mercado gospel tupiniquim a Nova Unção Ungida e Ungidora.

Chega de ficar apenas no sapato de fogo, canela de fogo, cabelo de fogo, anjo com vassoura de fogo (já ouvi cabra orando pedindo pra um anjo com a dita vassoura dar uma limpeza no ambiente espiritual).  Isso é coisa do passado.

O lance do momento é o Cavalo de Fogo. hihiiiihHIHIHhIHihIHHIHIHihihih (cavalo de fogo relinchando).

Por isso, olhe pro seu irmão e diga:

hihiiiihHIHIHhIHihIHHIHIHihihih!

Amém ou não amém?

10 Acusações contra a igreja Moderna – Paul Washer

Penso que esta é  uma das pregações  mais importantes que ouvi.  Temos que pensar no caminho que a igreja tem tomado, por amor a ela e a Cristo, lutar para que ela seja sempre linda, pura, santa e imaculada, glorificando a Deus.

Este post é só pra facilitar os irmãos a verem ela toda. Com um agradecimento especial aos irmãos do Voltemos ao Evangelho.

Soli Deo Gloria

O que será dos “mini-pastores”?

Recentemente li uma matéria em um canal de notícias evangélicas sobre um jornalista paulistano de 33 anos, que lançou um livro, no qual ele defende o ateísmo. Até aí, nenhuma novidade.  O que me chamou a atenção é o fato dele ter sido um “menino-pastor”, simulacro de pregador, desde muito cedo.

O que levaria um menino crente a fazer o caminho longo até o ateísmo militante?

Confesso que fiquei triste. Ainda hoje vemos inúmeros casos de “crianças-pastoras”, no Brasil e em outros países. Não pretendo citar nome das crianças, mesmo com uma vontade enorme de incluir vídeos com elas. Não o farei por respeito a elas, por saber que as crianças não têm responsabilidade sobre o papel que estão sendo levadas a desempenhar. Mas não pretendo poupar críticas aos responsáveis – sejam pais, pastores, ou quem forem.

Na verdade, penso que o risco que corremos não é de levantar uma nova geração de pregadores e cantores(como afirma o chefe dos gideoszinhos), e sim de construir uma geração de pessoas sem temor a Deus, profundidade teológica, cínicos, impermeabilizados ao Santo Espírito.  Isso sendo otimista. O caso que cito acima é um exemplo de para onde o modelo evangélico retetético está empurrando a igreja.

Deixe-me tentar explicar como percebo que isso funciona, suas causas e possíveis conseqüências.

01 – Banalização da Pregação da Palavra de Deus:

Eu me pergunto o que esse povo entende por pregação da Palavra de Deus???  Como uma criança pode ensinar através da exposição das Escrituras algo que está muito além da sua condição natural de criança? Não atentam para a admoestação de Cristo, nos ensinando que se um cego guiar outro, ambos cairão na cova?

Na realidade, a única coisa que vi nessas pregações mirins foi a mera repetição de frases de efeito gospel, desprovidas de real significado. Se eu ensinar versículos a um papagaio, isso não fará dele um pregador do evangelho. Se eu ensinar uma criança imitar um adulto, isso não fará dele um adulto. Uma criança imitar um obreiro não fará dela nem um obreiro, que dirá um obreiro aprovado. Leiam I Timóteo 3, e vejam o padrão que Deus estabelece para os trabalhadores da Seara.

S eu pregar algo que não vivencio, algo que não desceu do Céu através da oração, estudo e ação do Santo Espírito, eu sou um hipócrita. Se eu falar apenas aquilo que decorei mas não tem fundamento na minha alma, serei um falso, um mentiroso. Estaria interpretando um papel.

Você realmente acha que estas crianças SABEM alguma coisa sobre o que estão falando? E se você ensinar para as crianças de Deus que o ministério se resume a fingir ser algo que ela não é, o quão cínica ela poderá se tornar quando crescer?

Uma coisa é certa: se você faz isso com as crianças amadas de Jesus, melhor seria que você amarrasse uma pedra de moinho no próprio pescoço e se jogasse no mar. (Mt 18.6)

02 – Banalização do o Poder do Espírito Santo

O padrão de pregadores que normalmente essas crianças imitam é o “padrão reteté”. Pessoalmente não gosto nem da palavra. Reteté é via de regra, uma ação exagerada, despropositada, cheio de apelos ao emocionalismo vazio e à carnalidade humana. Não consigo sentir o jeito, poder, beleza do Santo Espírito. Mais um teatrinho gospel.  Por mais que admita que o Vento sopra onde quer, não vi ainda O Vento agindo desta forma.

Tem pessoas que acham que sou pouco pentecostal por me posicionar contra o reteté. È justamente o contrário. Por ser profundamente pentecostal, por crer e amar a ação livre e soberana de Deus, por sentir a presença do Consolador enquanto escrevo este post, é que não posso aceitar que qualquer fogo estranho seja posto no altar de Deus. Eu amo o verdadeiro pentecostes, por isso repudio aqueles que fazem do meu amor um circo dos horrores.

O ponto é que ao incorporar os trejeitos dos cabras do reteté as pregações infantis, com todo o alarido e sem nenhuma ação verdadeiramente Espiritual, ensina-se aos pequenos que o mover do Espírito é só isso. Mas o agir de Deus é muito, muito, muito mais que isso. Gritar “Receba” não é o suficiente. Profetizar sem ser profeta não é suficiente. Jogar paletó, girar, pular, sapatear, nada disso é suficiente. Só a Graça é suficiente para nós. Ela nos basta.

03 – Destruição da infância

Por fim, tem um aspecto não teológico, mas prático. Crianças devem ser tão somente crianças. A beleza da infância está nela própria. Ao querer se forjar pequenos adultos “na marra”, cria-se algo estranho a constituição psicológica deles.  Um ser híbrido, nem criança nem adulto, e como todo ser híbrido, estéril. Será uma criança infeliz e um adulto sem a preparação fundamental de ter passado por uma infância sadia.

Paulo diz que quando era menino falava como menino e agia como menino. Este é o padrão correto. Não estaria escrevendo um post tão longo se isso fosse respeitado. Adoraria ver uma criança falando de Jesus com a singeleza inerente à infância. Com a inocência de que apenas conta algo sobre o seu amigo. Que conhece o amor do Pai. Simples assim.

Isso glorificaria a Deus. Quando adulto, no tempo certo, do modo certo, poderia vir a ser um homem usado por Deus, pois seria um homem, e teria deixado as coisas de menino.

Trinta e Um


(Reflexões sobre o o meu 31º aniversário)

Trinta e um é uma onomatopéia.

trin-tei- hum

trin-tei-hum

trin-tei-hum.

O trem passa marcando o ar

Na monotonia rítmica das engrenagens.

Marcha certa de quem não perde o rumo.

Trinta e um é um batuque.

trin-tei- hum

trin-tei-hum

trin-tei-hum.

Negra herança aquece o sangue,

Pulsa nas veias.

Grito sufocado dos palmares.

Entoado, cantado,

Riso rasgado do rei-escravo, hoje  livre.

Libertado na vida e morte e vida do Senhor.

Trinta e um  é um sonho.

O sonho de dormir criança

E acordar adulto.

É o começo da maturidade.

É o TRINNN de acordar pra vida.

E um do que ainda será.

Didi

Pra minha vó Didi (24/01/1912 – 26/07/2011), com leve adaptação da letra de Tom Jobim.

“Didi”

Composição: Antonio Carlos Jobim, Aloysio de Oliveira, Ray Gilbert

Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão, ah, eu não sei, não sei
E o vento que toca nas folhas
Contando as histórias que são de ninguém
Mas que são minhas e de você também
Ai, Didi
Se soubesses o bem que eu te quero
O mundo seria, Didi, tudo, Didi, lindo, Didi
Ai, Didi
Se um dia você for embora me leva contigo, Didi
Olha, Didi, fica, Didi
E as águas desse rio
Onde vão, eu não sei
A minha vida inteira, esperei, esperei por você, Didi
Que é a coisa mais linda que existe
É você não existe, Didi


Adolescentes

A adolescência é uma época fantástica. A intensidade é absurda, as proporções desproporcionais. Pelo menos comigo era assim.

Tinha um ultra romantismo piegas, com um misto de Reginaldo Rossi, Wando e Álvares de Azevedo (os dois primeiros pelo ridículo, o terceiro pelo dramático). Bastava um olhar mais demorado para me ver perdido de amor, amor eterno, visceral e passageiro. Durava até a próxima paixonite aguda.

Tiveram uns lances de novela, nesta época. Quando estava com uns 13 pra 14 anos, conheci uma fulaninha (óbvio que não citarei nomes aqui) em uma viagem para próximo de Belém, que no auge da paixão instantânea trocamos juras e prometemos que nunca nos deixaríamos. Marcamos um dia para nos vermos na capital, porém ela não foi. E eu não tinha nem um contato dela. Não sabia seu endereço, nem seu telefone.

Os adolescentes de hoje não tem ideia de como era difícil essas coisas nessa época. Telefone era coisa de rico, celular, então, acho que nem existia ainda em Belém. Neste tempo puro mofo, ainda mandávamos carta, tipo Pero Vaz Caminha.

Fiquei igual ao Cauby Peixoto e “chorei, chorei, até ficar com dó de mim”. A gente pensa que nunca vai superar, que o pobre do coração permanecerá partido, que o sol nunca mais voltará a brilhar, e que a terra desistirá de girar, tamanha a desilusão.

Em outras palavras, frescura mesmo. Na outra semana, tudo normal de novo.

Também era legal a ingenuidade. Sinceramente, é MUITO chato ficar lendo as entrelinhas de cada frase que escutamos. “hum, fulano disse isso, então deve estar pensando naquilo…”. Este modo maldoso de ver a vida é algo que só atingimos na fase adulta.

Penso que isto (a inocência) é digna de ser procurada. Por que temos tanta dificuldade em confiar? Não precisamos obrigatoriamente perpetuar o ditado “cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça”. Vale a pena confiar mais. Talvez seja isso que Jesus ensinou, quando disse que devemos ser como as crianças para herdar o Seu Reino.

Os adolescentes pensam que podem ser o que quiserem. E eles estão certos, certíssimos. Podemos ser o que quisermos, basta tomarmos as decisões apropriadas. “Aponta pra fé e rema”, negada! Sinto falta destes arroubos, e mim e nos outros coroas. Acredita, e vai “simbora”!

Astronauta, bombeiro, rock star, ator, jogador de futebol, pregador… Corra atrás, temos tempo. Ainda não chegamos nos nossos dias mais produtivos.

A única coisa que lamento nos adolescentes é que um dia eles serão adultos. Se seguirem a tendência, farão parte de um grupo sem graça, sem sonhos, sem ânimo. Mas, se conseguirem manter o coração aceso, serão extraordinários.

Acreditar é mais fácil do que pensar?

Ontem li uma frase, publicada no mural do facebook de alguém.

“Acreditar é mais fácil do que pensar. Daí existirem muito mais crentes do que pensadores.” Bruce Calvert.

Infelizmente, a opção de comentar estava desabilitada. Felizmente, por estar desabilitada, me deu uma vontade enorme escrever este post.

Percebemos claramente que o autor ainda pensa haver uma dificuldade em conciliar  fé e razão. Curiosamente, esta discussão foi abordada desde o período da Escolástica,  com Tomás de Aquino, e bem antes disso já debatido também por Agostinho de Hipona.

Normalmente, os que se acham muito originais são aqueles que não tem senso histórico.

Mas, o pior mesmo, é que as pessoas direcionaram seu objeto de fé, para aquilo que normalmente não tem a menor sustentação lógica.  Por exemplo, na estruturação de pensamento da frase acima, podemos dividir da seguinte forma: De um lado os “crentes” (os que não pensam), de outro, os “pensadores” (os que não creêm).  A partir desta divisão, os “pensadores” acham que pensam, e acham que os  “crentes” não pensam. Mas, na verdade, é justamente o contrário, absolutamente e totalmente, o contrário.

Estes “pensadores” tem uma fé pueril em verdades dogmáticas que eles mesmos não compreendem, e nem se dispõe a analisar. Aceitam qualquer afirmação “científica” como verdade total e inquestionável.  São xiitas do deus ciência. E, lamentavelmente, afirmam coisas que não compreendem, mas que somente ouviram falar. Sabe aquele lance de ouvir uma frase de efeito, achar bonita e ficar repetindo? Pois é.

Por exemplo, as pessoas comuns, os “pensadores”, adotam  como verdade inquestionável a teoria do Big Bang para explicar a cosmogenesis. Se resolveres questiona-la, podes ter certeza que vão primeiramente taxar-te de idiota, pois para esses “pensadores” já está provado e é a teoria mais aceita nos círculos acadêmicos. Mas ouso afirmar que 99.9% das pessoas que dizem acreditar nesta teoria NUNCA pensaram seriamente sobre ela, apenas repetem e repetem o que ouviram falar.

Eu por exemplo, creio que este teoria só terá algum sentido se adicionarmos o Deus cristão em sua equação. Somente um Deus não-criado, pré-existente e além da estrutura tempo-espaço poderia “fazer funcionar” o Big Bang.

Ou seja, se eu desconsiderar Deus, é IMPOSSÍVEL que tenha havido tal fenômeno, pois o mesmo contraria uma lei fundamental da física  e uma lei fundamental da biologia.

    1. Lei da Física – Inércia: É uma das primeiras leis formuladas por Newton, que afira que todo corpo em repouso tende em permanecer em repouso. Logo, considerando-se que inicialmente havia uma massa, uma matéria condensada que ocasionou a explosão, de acordo com a física esta explosão NUNCA poderia ter ocorrido, pois sem a aplicação de uma força externa ela teria PERMANECIDO EM REPOUSO. Já questionei isso algumas vezes com alguns descrentes, e a única explicação que ouvi foi a frase de Chicó : “não sei, só sei que foi assim”.

 

  1. Lei da Biologia: Um princípio simples – seres inanimados não geram seres animados. Se você discorda, peço que pegue duas pedras, bote elas para cruzar e veja se nascem novas pedrinhas. E aí tem uns tontos que falam: e abiogênese (teoria que defende que a vida pode ser gerada a partir de elementos químicos), tio Alcir ? Para isso eu respondo: me mostre somente UM exemplo concreto de uma experiência laboratorial que gerou vida a partir de elementos quimicos inanimados. Só unzinho, e retiro tudo que disse até aqui.  Simplismente não existe. é uma historinha da carochinha para tapar buraco.

Portanto, é notório que a inconsistência lógica e científica é negada apenas dogmaticamente. É a fé cega e burra dos “pensadores”.

Talvez nesse ponto eu tenha que concordar com o autor da frase que citei acima. Acreditar é mais fácil que pensar. Por isso que este “pensadores” acreditam em qualquer bobagem. E não pensam com suas próprias cabeças. Trocaria apenas o final: por isso que existem mais “pensadores” (gente comum, papagaio de pseudo cientistas) do que crentes.