Em maio de 2014, o meu pai faleceu. As letras ficaram embaralhadas, agarram-se nas pontas dos dedos e não chegaram mais ao teclado do meu computador. Emudeci pela perda do véio. Só agora desgarraram-se.
Carvalho velho, marcado
traga suas raízes que deixastes por aí cortadas,
lascas de ti tiradas
pedaços com pressa de partir.
Carvalho velho, sombreado
segurança na chuva, abrigo
referência de longe, caminho
Ninho de quem cedo quis voar.
Carvalho velho, caído
leve seu coração que não cabe – crescido;
mas deixe-nos a saudade
deixe-nos somente o bom lembrar.