Nas vias embarroadas
abarrotam-se empoeiradas
pontes de várias marcas
como a fronte de Caim, marcadas.
Na confusão dos sentidos trocados
o que era unir tornou-se ilhado.
Material assim desperdiçado
ferro e concreto para panela de barro.
Enganam-se, portanto, as pontes.
Não há rocha fundo do rio.
Por que firmar sobre afundado, e não nos montes?
Como partir o pão sobre tanto desvario?
Ser corpo ficou no esquecimento
sepultado pelo das pontes cimento.
Ser um só povo será ignorado
No das pontes ferro armado.
Senhor Jesus relegado a visagem
Na das pontes ilusória paisagem.
Não sejas ponte, sejas ovelhas
Não sejas esponja, sejas fonte.
Não sejas grupo, sejas povo.
Não sejas panela, sejas vaso.
E com fervor a oração eu faço:
Que o sentido de Evangelho fortaleça laços
entre todos com o sangue lavados.
E a ponte, velha e enferrujada ponte,
que vá pra ponte que partiu e se desmonte.