Certa vez conheci uma menina. Vivia o processo de renascer, sem saber ao certo qual o melhor caminho a seguir. Infelizmente, a viver não tem manual de instruções.
Um espinho enterrado no peito, um sorriso constante no rosto. Combinação bela e triste, da flor brotando regada com as lágrimas da maturidade. Dor, medo, joelhos ralados pela decepção.
A menina olha pela janela, e a paisagem não é das melhores. Crescer já é difícil, e o cenário que se desenha é crescer sozinha. Ficará em casa, cuidará das próprias feridas. As vozes ao seu redor povoam seu coração com maus conselhos – igualar-se à mesquinharia das vidas vazias.
Mas ela não é assim.
Ela é mais.
Única, constrói o mundo com a beleza dos seus sonhos.
Encontra-se, reconhece-se
Ao olhar o espelho de frente.
Tira a maquiagem,
Despe-se da infância,
Contempla pela primeira vez
A extraordinária experiência de ser mulher.
Enxuga as lágrimas, respira fundo, e vai em frente. Felizmente, viver não tem manual de instruções. Tem espaço de sobra para descobertas.