
Cristo se revela a mim quando leio os evangelhos, mato-me fariseu, e reconheço-me publicano. Tive que lutar arduamente contra a minha tendência de seguir o legalismo religioso que infestava o cenário da vinda de Jesus, e persiste até hoje. Tive que reconhecer que não podemos nos levantar sozinhos. Paralíticos na beira do tanque de Betesda, ou descendo pelo telhado da casa em que Cristo está, somos totalmente dependentes da Graça de Deus.
Cristo se revela a mim quando toca no leproso, e sinto que este toque limpa a minha pele, a minha auto-comiseração, me limpa daqueles momentos em que sentimos a rejeição mutilar a alma. Cristo se revela a mim pela profunda compaixão que ele é capaz de sentir por nós.
Cristo se revela a mim quando sou pobre de espírito. Sei que não tenho em mim nada de valor, se comparado a Ele. O que poderíamos oferecer-lhe que já não seja dele? Quando olho para cima, e vejo a sua glória, poder, amor, e em seguida olho para dentro de mim, posso sentir um breve vislumbre do Senhor. É essa desproporção que me encanta. De um lado, tudo, do outro, pouco mais que nada.